O dinheiro também vem do Atlântico

São várias as áreas ligadas à economia do mar que geram riqueza. Os casos de sucesso existem: dos cruzeiros aos eventos náuticos e ao surf, da aquacultura aos portos e logística.


O valor económico das actividades ligadas ao mar representa, actualmente, cerca de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) e emprega cerca de 75 mil pessoas. Estes dados chegam do estudo "Hypercluster da Economia do Mar", promovido pela SaeR - Sociedade de Avaliação Estratégica e Risco, que defende o emprendedorismo nos vários sectores ligados aos oceanos.

Entre as actividades identificadas como mais significativas surgem a náutica de recreio e turismo náutico, a construção e reparação naval, pescas, aquicultura e indústria de pescado e transportes marítimos, portos e logística. Só os últimos dois sectores representam um efeito directo no PIB de 2.142 milhões de euros 





Cerca de metade do pescado para consumo humano provém da aquacultura.

"As exportações de produtos de aquicultura nacional passaram de umas centenas de milhares de euros em 2009 para quase oito milhões de euros em 2010. Para 2011, as perspectivas apontam para valores superiores a 25 milhões de euros".


A Pescanova quis instalar a maior unidade mundial de aquicultura de pregado na melhor zona costeira para o efeito. Foi na Praia de Mira que encontraram as condições ideais para a Acuinova. Boa qualidade de águas, temperatura adequada, dimensão do terreno, "excelentes" vias de comunicação com o resto do país e estrangeiro, e meios humanos de qualidade. "Com sensibilidade para o peixe", adianta Carlos Henriques, administrador.

"É preciso notar que, a nível mundial, a aquacultura é hoje o sector com o crescimento mais acentuado no segmento da produção alimentar de origem animal." Cerca de metade do pescado para consumo humano provém da aquacultura, que deverá continuar a crescer. Porquê? "Devido às limitações da captura de espécies selvagens e ao aumento do consumo." 

Apesar da "enorme" Zona Económica Exclusiva de Portugal, a balança comercial de produtos do mar continua com um défice significativo. O aumento da produção de aquicultura nacional vai contribuir para a sua redução. "As exportações de produtos de aquicultura nacional passaram de umas centenas de milhares de euros em 2009 para quase oito milhões em 2010." Para 2011, as perspectivas apontam para valores superiores a 25 milhões de euros. 

A Acuinova emprega quase 150 trabalhadores e tem mais de 10 milhões de peixes em "stock". No ano passado, venderam-se aproximadamente mil toneladas de pregado, 95% para exportação.

"O projecto foi desenhado com as mais modernas tecnologias, para eliminar quaisquer impactos no meio onde se encontra." A unidade é uma referência tecnológica e é pioneira no cultivo do pregado.



fonte Jornal Negócios
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