Trás-os-Montes: Autoestrada demorou 50 anos a chegar a Bragança

O distrito de Bragança deixará de ser quarta-feira o único do País sem um quilómetro de autoestrada, mais de meio século depois de se ter iniciado a construção deste tipo de rodovia em Portugal.

Lisboa foi a primeira a circular em autoestrada, no início da década de 1960, Bragança será a última e terá de pagar para a estreia, já que os primeiros nove quilómetros a abrir ao trânsito são portajados.

O troço corresponde à variante sul de Bragança e faz parte da Autoestrada Transmontana que se encontra em construção para substituir, na maior parte do traçado, o IP4, que demorou três décadas a ser concluído.

O diretor da concessionária, a Autoestradas XXI, Rodrigues de Castro, disse hoje que a variante abre quarta-feira às 12:00 horas e confirmou que o troço é portajado, com preços que variam entre 65 cêntimos para ligeiros e 1,65 cêntimos para pesados.

Os automobilistas têm, no entanto como alternativa a variante norte da cidade, que corresponde a 17 quilómetros que ficarão do antigo IP4, sem custos para os utilizadores.

No mesmo dia fica também concluído o nó da Amendoeira, em Macedo de Cavaleiros, que faz a interceção da autoestrada e do IP2, outra das novas estradas em construção no Nordeste Transmontano para ligar ao sul do distrito e do País.

A Autoestrada Transmontana tem 130 quilómetros, entre Vila Real e Bragança, mas a denominação que os automobilistas vão encontrar nas placas informativas é A4.

A via corresponde ao prolongamento da autoestrada que já liga o Porto a Amarante e que vai chegar até à fronteira com Espanha, em Quintanilha (Bragança).

O prolongamento está a ser realizado em duas empreitadas. Uma, a Autoestrada do Marão, entre Amarante e Vila Real, que incluiu o Túnel do Marão, tem as obras suspensas por alegadas dificuldades financeiras do consórcio liderado pela Somague.

O restante trajeto, entre Vila Real e Bragança, corresponde à Autoestrada Transmontana, uma concessão liderada pela Soares da Costa, que inclui o que restará do atual IP4, nomeadamente cerca de 40 quilómetros entre Amarante e Vila Real.

Este troço atravessa a zona do Marão e já foi requalificado, assumindo-se como alternativa aos automobilistas que não quiserem pagar portagem na nova autoestrada.

O diretor geral da Transmontana, Rodrigues de Castro, disse à Agência Lusa que o contrato de concessão só prevê portagens nas variantes de Bragança e de Vila Real e ainda não sofreu qualquer alteração.

Prova disso são os sete quilómetros que já estão a funcionar, desde sexta-feira, com quatro faixas, duas em cada sentido, entre Lamares e Justes, perto de Vila Real, sem portagem.

O sistema de cobrança no troço que abre quarta-feira em Bragança é eletrónico, sem praça de portagens ou portajeiros.

A via está equipada com pórticos que fazem a leitura das matrículas das viaturas.

Os automobilistas podem adquirir os dispositivos eletrónicos nos CTT ou através da Via Verde ou pagar passadas 48 horas depois da utilização da via em qualquer balcão dos CTT e lojas ‘pay-shop’.

Quem não optar pelas formas disponíveis de pagamento sujeita-se a aguardar pela notificação da concessionária e a pagar muito mais de custos administrativos do que o valor da portagem.

@Lusa
.

Comentários

Anónimo disse…
50 anos esperando pela autoestrada...mas está a chegar. E quando chegam os bons autarcas e os bons deputados? Esses nunca e sabem porque? TAL POVECO TAIS REPRESENTANTES.