Barragem Foz Tua vai acentuar desertificação

O Clube de Entusiastas do Caminho de ferro (CEC) manifestou hoje a sua oposição à construção da barragem do Foz Tua, porque não irá criar postos de trabalho, mas acentuar a desertificação e o isolamento do interior do País.

"Vai-se perder a natureza do rio Tua, da sua paisagem envolvente, da parte ecológica e o património histórico ferroviário. A Linha do Tua tem mais de 100 anos e ao fim deste tempo, há uma decisão, fecha-se a linha, fica submersa e ponto final", lamentou o presidente do CEC no final da conferência "O rio e o caminho de ferro".

José Pinheiro defendeu também a aposta no turismo ferroviário, em vez de se encerrarem linhas e de se arrancarem os carris. "A Espanha foi comprar material histórico para circular com carruagem e máquina a vapor e nós aqui não fazemos nada", criticou o responsável.

Ao longo dos 22 anos de existência, o CEC sempre lutou pela manutenção de toda a rede ferroviária nacional e pela manutenção do material circulante.

No entender do seu fundador, não é justo para as populações o encerramento das linhas-férreas por parte da CP, como foram os casos da Linha do Corgo, Tâmega e do Ramal da Figueira da Foz.

"Todo o cidadão tem direito a ter transporte, inclusive as populações do interior e não só as do litoral, da capital ou das grandes cidades. A alternativa ao comboio é o próprio comboio", sustentou José Pinheiro.

@LUSA

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