A morte demográfica do Distrito e do Concelho de Bragança
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Em Agosto e Setembro de 1993, escrevi num jornal local uma série de artigos em que analisava a involução demográfica do Distrito e do Concelho de Bragança. Extraía a conclusão de que ambos já se encontravam numa situação muito difícil do ponto de vista demográfico.
Vinte anos depois, a situação começa já a ser dramática porque:
Apesar de tudo, o Concelho de Bragança foi o único do Distrito que aumentou a sua população, no vinténio 1991 - 2011, para 35347 habitantes, mas à custa de um envelhecimento da população em 82 pontos. Em vinte anos, no Concelho, a população acima dos 65 anos aumentou 4500 habitantes e a população abaixo dos 25 anos diminuiu 3700. Num Concelho onde, em 1960, nasceram 1112 bebés, nascem agora 225.
O país precisa de parar para reflectir sobre o que se passa com a sua demografia. O Interior está todo praticamente morto do ponto de vista demográfico e o país, no seu todo, está em vias disso.
Os Açores, a Madeira e as subregiões Cávado e Ave, são, neste momento, as únicas regiões demografiacmente sustentáveis embora as duas do Continente estejam já na bordline dos 200% de índice de juvenilização, a linha que enuncia a passagem para um estado de pré-crise demográfica.
Não cuidaremos aqui nem das causas deste estado nem da sua solução, muito menos em período de crise económica. Apenas convidamos para uma reflexão profunda no sentido da busca de soluções.
Henrique da Costa Ferreira
Diário de Trás-os-Montes
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Em Agosto e Setembro de 1993, escrevi num jornal local uma série de artigos em que analisava a involução demográfica do Distrito e do Concelho de Bragança. Extraía a conclusão de que ambos já se encontravam numa situação muito difícil do ponto de vista demográfico.
Vinte anos depois, a situação começa já a ser dramática porque:
- já nenhum concelho tem uma taxa de envelhecimento (divisão do número de crianças e adolescentes até 14 anos pelo número de seniores de 65 ou mais anos) abaixo de 188%, num cenário desejável de 50%;
- já nenhum concelho tem um índice de juvenilização ( divisão do nº de crianças e adolescentes até 14 anos mais os jovens entre 14 e 24 anos pelo nº de séniores acima dos 65 anos) superior a 97%, num cenário desejável de pelo menos 250%;
- a média de idades da população adulta (pessoas entre os 24 e os 65 anos) vai já, no Distrito de Bragança, em 52 anos e, no Concelho, em 45 anos, num cenário desejável de 38 anos.
Apesar de tudo, o Concelho de Bragança foi o único do Distrito que aumentou a sua população, no vinténio 1991 - 2011, para 35347 habitantes, mas à custa de um envelhecimento da população em 82 pontos. Em vinte anos, no Concelho, a população acima dos 65 anos aumentou 4500 habitantes e a população abaixo dos 25 anos diminuiu 3700. Num Concelho onde, em 1960, nasceram 1112 bebés, nascem agora 225.
O país precisa de parar para reflectir sobre o que se passa com a sua demografia. O Interior está todo praticamente morto do ponto de vista demográfico e o país, no seu todo, está em vias disso.
Os Açores, a Madeira e as subregiões Cávado e Ave, são, neste momento, as únicas regiões demografiacmente sustentáveis embora as duas do Continente estejam já na bordline dos 200% de índice de juvenilização, a linha que enuncia a passagem para um estado de pré-crise demográfica.
Não cuidaremos aqui nem das causas deste estado nem da sua solução, muito menos em período de crise económica. Apenas convidamos para uma reflexão profunda no sentido da busca de soluções.
Henrique da Costa Ferreira
Diário de Trás-os-Montes
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Comentários
A população jovem que nasce e cresce não tem muitas hipóteses:
Sai para se qualificar e não regressa, porque o emprego não existe, ou o que existe não se adequa(seja financeiramente, etc).
Qualifica-se em Bragança (IPB), mas tem de sair para trabalhar.
Não se qualifica de todo, e... faz o que? Suiça, Brasil, França... Os anos 60-70 estão de volta. Tanto para qualificados ou não.
Em relação à cidade de Bragança muito contribui para o seu funcionamento um politécnico bem organizado, mas uma universidade traria outra dimensão.
As pessoas só vão voltar para lá se houver emprego... e isto para a cidade!
Conheço muitas aldeias que já têm prazos de validade, 40 ou 60 anos e as povoações mortas multiplicar-se-ão.
Cumprimentos,
Rui
PS: Em vez do tão aclamado Norte; onde cidades como Porto, Braga, Gaia, Matosinhos, Guimarães, Viana do Castelo iriam competir com Bragança, Vila Real, Vinhais, Macedo de Cavaleiros, Vimioso, Vilar Flor, Chaves,... ; já alguém pôs a hipótese de uma região com Bragança, Vila Real, Viseu e Guarda (+/- a área destes distritos...)
Que é possível equilibrar isso é, mas nada garante que vá acontecer... com bons lideres sim, se eles se candidatarem, e se eles ganharem!
Não seria benéfico que uma região administrativa fosse mais homogénea? Se o problema agora é o litoral absorver muitos recursos ao interior, no Norte vai continuar a haver interior e litoral...
Quanto à agricultura em Bragança... Bem digamos que a rentabilidade de uma zona montanhosa não é a mesma que planícies. E por muito boa vontade que haja, e muito trabalho seja feito, é preciso muito apoio para a agricultura ser rentável nesta zona...
Cumprimentos,
Rui