Região Centro : É precisa uma “consciência regional”

O presidente da CCDRC diz que a Região Centro deve “ser uma rede de cidades”, uma “rede multipolar”, que permita o seu “desenvolvimento equilibrado”, e não “uma região com um grande pólo urbano e pequenos centros à sua volta, sustenta Norberto Pires.

“Não vejo a Região Centro com um grande pólo urbano e pequenos pólos à sua volta”, afirmou Norberto Pires.

O presidente da CCDRC admite que há grandes “desequilíbrios entre o litoral e o interior” da Região Centro. Por várias razões. Designadamente porque “houve uma menor preocupação em integrar” no interior “as capacidades que se desenvolveram no litoral”.

Os contrastes entre o litoral e o interior não significam, porém, segundo Norberto Pires, que a Região Centro não tenha feito, “globalmente, um conjunto de opções certas”, em relação à aplicação de fundos comunitários.

O Centro “apostou na competitividade, nos sistemas de incentivos, na melhoria das capacidades das empresas, em projectos de médio e longo prazo ligados às universidades, ao conhecimento, à tecnologia, à transferência de tecnologia, apostou na regeneração urbana, na melhoria da qualidade de vida e na coesão da região”.

Mas falta “a noção de Região Centro”, alerta Norberto Pires. “Está no mapa, mas não existe o espírito de região, de entidade” e este aspecto “precisa muito de ser trabalhado”.

Uma das principais preocupações da CCDRC, “nos próximos tempos”, será, assim, “contribuir, dar os primeiros passos, para a criação de uma consciência regional”, sustenta Norberto Pires.

Com essa consciência, com uma “perspectiva regional” e “o aproveitamento, em rede, do seu importante conjunto de valências”, a Região Centro “pode ser um sucesso, porque tem quase tudo certo”, desde a “área económica à social, dos recursos humanos à área científica”.



@Lusa
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Comentários

Unknown disse…
As palavras do novo Presidente da CCDR Centro, trazem de novo à actualidade a questão do PROT Centro.
Na minha opinião a versão conhecida era uma aberração e tornava-se necessário proceder à sua total revisão, numa lógica de, no que diz respeito à Beira Interior:
- Adoção de políticas voluntaristas de funcionamento em rede dos diferentes territórios da Beira Interior mais ou menos densamente ocupados;
- Criação de condições materias e imateriais que tornem toda a Beira Interior como território atrativo, não privilegiando somente os centros urbanos dos eixos A23/A25;
- Conjugação das fortes dinâmicas de desenvolvimento das cidades principais, muitas vezes ligadas a estratégias nacionais e globais, com dinâmicas de desenvolvimento local de menor amplitude, mas de importância fundamental para as populações que ali residem e trabalham, e mesmo para a ocupação/sobrevivência do território nacional;
- Incorporação das relações fronteiriças locais enquanto oportunidade de desenvolvimento.
Ramiro Mato
claudio disse…
muito bem ramiro!

o mapa apresentado é que nao é bem da regiao centro... mas perdoa-se!
Caro Ramiro Matos,

Duas questões:
1 - Concorda com 1 região 'Centro' ou preferiria, para este território, 2 regiões ?
2 - qual a sua opinião sobre o nome 'Centro' para denominar a região?

Cumprimentos,
Caro Claudio,

O mapa é, meramente, ilustrativo. Não representa nenhuma concepção especial de delimitação regional.

Cumprimentos,
claudio disse…
eu sei antonio... foi só uma observaçao! :)

viva o centro!
Unknown disse…
Caro António Almeida Felizes.
Coloca 2 questões cuja resposta, naturalmente, não cabe num simples comentáro. Mas, para que ninguém pense que estou a fugir a questões naturalmente delicadas, aqui deixo algumas considerações:
1. Em primeiro lugar há necessidade de delimitar de uma vez por todas o que é hoje a Região Centro. E basta ver que a CCDR Centro abrange 77 Municípios e, a nível estatístico (NUT) e a nível do QREN a Região já tem 100 Municípios!
2. Em segundo lugar interessava igualmente fazer uma análise para se perceber que dinâmicas territoriais se foram registando, isto é, se o Centro, normalmente associado á Beira Alta, Beira Baixa, Beira Litoral e Ribatejo, ainda tem sentido, e falo sobretudo, dos Municípios cujas estratégias de afirmação/inserção territorial os aproximaram muito mais de, por exemplo a Grande Área Metropolitana de Lisboa.
3. Dito isto, penso que se justifica plenamente a existência de uma única Região, pois, para mim, não é possível dissociar estratégias de desenvolvimento dicotómicas do tipo interior/litoral.
Se a Região se quer afirmar, esta afirmação decorre de três dinâmicas territoriais complementares: longitudinal litoral (norte-sul,Lisbos-Porto); transversal central (oeste-este, Aveiro-Coimbra-Viseu-Guarda-Salamanca-Madrid-Europa); e longitudinal interior (Guarda (ligando ao Norte do País)-Covilhã-Castelo Branco (ligando ao sul do País)).
A estes eixos fundamentais, juntar-se-ão naturalmente eixos longitudinais e transversais intra-região, garantindo desta forma a coesão territorial e social de toda a Região.
4. Quanto à segunda questão, penso que a denominação Centro estaria bem, apenas vendo com alternativa a designação de Região das Beiras.
Ramiro Matos
aferreira.cec disse…
Totalmente de acordo com o Sr. Ramiro...