A região Centro voltou a readquirir a liderança na cobertura das importações pelas exportações e desempenha um papel importante na articulação dos fluxos logísticos nacionais. Apresenta um potencial
enorme na promoção de uma oferta logística competitiva que pode contribuir para a
fixação de novos investimentos.
É hoje consensual
a necessidade de desenvolvimento de uma cultura exportadora. É igualmente
aceite que os custos logísticos desempenham um papel central na formação do
preço final das nossas exportações.
Finalmente, todos
reconhecem a importância para os territórios, para o seu desenvolvimento, da
existência de redes de infraestruturas logísticas eficientes, que promovendo a
intermodalidade contribuam para a competitividade das empresas e portanto, para
a sua própria atratividade.
Neste domínio,
uma gestão das infraestruturas que permita valorizar o enquadramento
territorial é fundamental. Está em curso um processo que poderá conduzir a uma
nova configuração organizativa dos portos que pode levar à fusão dos portos de
Aveiro, Figueira da Foz, Leixões, Viana do Castelo e Lisboa.
Salvo melhor
opinião, esta iniciativa, a ser tomada, produzirá efeitos precisamente opostos
aos objetivos preconizados, nomeadamente no que respeita à dinamização do
crescimento por via da criação de condições para a melhoria do desempenho das
nossas exportações.
Estamos
convictos, o CEC/CCIC, os seus Associados, as empresas utilizadoras das
estruturas portuárias e os agentes económicos com atividade ligada aos portos,
que o Centro perderá potencial competitivo.
Os portos, como
pontos de saída das nossas exportações, servem a economia nacional,
providenciando e potenciando a sua competitividade. Aveiro e Figueira têm feito
um bom trabalho. Trabalho que se perderá se a pretendida fusão avançar…
Sem a
concorrência entre os diferentes portos, sem os ganhos decorrentes da disputa
entre as diversas empresas privadas que neles operam, perder-se-ão os
benefícios que resultam para as empresas exportadoras, nomeadamente nos planos
da eficiência, ou da pressão sobre os preços praticados pelas operações
portuárias.
A fusão diminuirá potencial exportador da região Centro e a sua
capacidade de acolher investimentos. Não se compreendem, portando, os
benefícios da fusão. A fusão das administrações portuárias diminuirá, ou mesmo
eliminará, a sã concorrência, passando os portos a ser geridos por entidades
centralizadoras de decisões administrativas.
Será um
retrocesso… Mas ainda mais inesperado é o facto de tudo se fazer sem consultar,
sem ouvir, a opinião dos agentes económicos da região – é na verdade surpreendente.
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Presidente do Concelho Empresarial do Centro
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