Cada
vez mais, na nossa sociedade de informação e comunicação, é importante mostrar,
ver, publicitar mas também a forma como se vê, mostra e publicita.
Por
vezes parece que nos esquecemos de algo tão simples como o que acima foi dito,
na certeza que é uma verdade de La Palisse. Numa altura em que o nome de
Portugal é mais vezes dito e exaltado por todos nós – efeito do Euro 2012 – é
importante que não nos esqueçamos que todos os dias construímos a imagem do
nosso país, da nossa região, de nós próprios.
A
nossa região transmontana é uma região rica no seu passado, cheia de vigor no
presente e certamente conquistadora no futuro. A nossa região é História e feitos
já alcançados, mas é também – e sobretudo – presente e futuro transbordantes de
vontade de ir mais longe, de mostrar ao mundo que iremos cada vez mais longe e
melhor. Estou certa disso.
Mas
depende de nós criarmos as condições para a nossa região desenvolver as suas
potencialidades, de nós próprios mostrarmos o que realmente somos. Somos
diferentes do resto do país e devemos ter orgulho nisso! As nossas gentes, o
nosso ar, os nossos usos, os nossos costumes, as nossas fragas, os nossos
monumentos são o nosso bem mais precioso!
Devemos
ter orgulho nos nossos velhotes que, com as dificuldades gravadas nos seus
rostos, são uma imagem transmontana, como as lareiras, os nossos fogareiros, as
tradições e os nossos montes, vales e vilas que são e serão sempre motivos de
brio para todos nós, transmontanos.
Mas
somos também jovens, que a cada passo se orgulham de Bragança e do seu
distrito, de portas e janelas viradas para o futuro, com a certeza e
tranquilidade de um passado que nos enche de confiança e que faz com que
possamos dizer que é um verdadeiro privilégio nascermos transmontanos e que
assim encaremos o presente e construamos o futuro que almejamos.
E
o nosso carácter, guerreiro, lutador e conquistador é por todos reconhecido.
Não faltam personagens históricas que do nosso canto do país marcaram Portugal
e o mundo. Não faltam empreendedores e rebeldes que não gostam que lhe digam
que viver neste ou naquele lugar é um obstáculo ao que quer que seja! E somos
certamente namorados, filhos, pais, avós e netos que lutamos para que a nossa
família viva a felicidade que merece.
Somos
uma gente de e com valores. Somos uma região de que Portugal se pode e deve
orgulhar. Somos Homens e Mulheres do nosso tempo, do século XXI.
E
é por tudo isto, por sabermos de modo magistral conciliar os privilégios das
grandes cidades e as vantagens do campo e das pequenas comunidades que me choca
que a imagem que a generalidade da comunicação social mostra não se tenha
alterado significativamente nos últimos anos, ao invés de tudo o que nós
construímos e somos.
E
não faz sentido que os programas televisivos que se fazem para alegadamente
mostrar Bragança ao país e ao mundo mostre uma terra parada no tempo, que
espera que lhe reconheçam o mérito sentada numa cadeira numa varanda transmontana
ou que vive a preto, branco e cinzento. Porque, pura e simplesmente, não é
verdade!
Temos
muito que evoluir? Certamente, mas é com a nossa garra de transmontanos que o
faremos e que conquistaremos as melhorias e desenvolvimento que queremos para a
nossa região porque não pedimos que nos tratem como coitadinhos, mas em
igualdade de circunstâncias.
Porque
não podemos ser tratados pelo que não somos, mas também não podemos aceitar que
nos queiram ostracizar e retirar-nos os serviços a que temos direito e que
traduzem a evolução da qualidade de vida dos nossos tempos.
Se
é importante mostrar, ver e publicitar não tenhamos medo de ver, mostrar e
publicitar o que somos, do tradicional ao moderno, das nossas imagens de marca
à nova realidade, porque ser transmontano é mais do que uma coincidência.
É,
e por mim falo, um verdadeiro orgulho e privilégio.
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