Regiões Vinícolas - Produção estimada para 2012

Douro aumenta 13% a produção de vinho

A produção de vinho em Portugal deverá este ano ter duas caras. A norte, no Douro, os números deverão ficar acima do ano passado. Já no Alentejo as expectativas não são tão altas no que respeita à quantidade, mas a qualidade deverá continuar assegurada.

A seca e o atraso na maturação das videiras são os principais factores apontados pelos responsáveis do sector vinícola nacional. Os produtores apontam para um aumento generalizado da qualidade, mas apenas o Douro espera o reforço da produção, na ordem dos 13%. Já o Dão espera a mesma quantidade de vinho, enquanto o Alentejo aguarda uma ligeira redução do número de pipas produzidas (ver peças secundárias).

No Norte, segundo dados da Associação de Desenvolvimento da Viticultura Duriense (ADVID), a expectativa de colheita para esta vindima é de cerca de 295 mil pipas (mais 35 mil do que em 2011), num intervalo de previsão entre as 269 e as 325 mil pipas de mosto. As previsões da ADVID são efectuadas com base no pólen recolhido em Maio nas três sub-regiões do Douro.

No entanto, a produção real poderá registar uma quebra, devido à queda de granizo, que em Julho afectou cerca de 700 hectares de vinha em Sabrosa, Alijó e São João da Pesqueira.

A este facto junta-se a seca. Este ano vitícola no Douro encontra-se entre os seis mais secos dos últimos 40 anos, com menos 52%, em média, de precipitação acumulada.

MATURAÇÃO ATRASADA NO ALENTEJO

A região alentejana deve sofrer este ano uma diminuição da produção em relação a 2011, mas ainda pouco se pode adiantar, visto que "as maturações das uvas se encontram bastante atrasadas", segundo a Comissão Vitivinícola da Região Alentejo (CVRA). 

Para a presidente do organismo, Dora Simões, "o tempo seco e a falta de humidade no solo estão a ter efeitos no desenvolvimento vegetativo das videiras, causando atraso na maturação das uvas". "A quantidade de uva nos cachos é menor do que o habitual, devido ao calibre inferior dos bagos", sublinhou. 

Ainda assim, a qualidade das uvas para esta vindima, até à data, "prevê-se boa", dependendo, no entanto, "das condições climatéricas durante a fase de maturação". 

Segundo a CVRA, no Baixo Alentejo alguns produtores já começaram as vindimas, mas somente de algumas castas mais precoces.

QUEBRA NO DÃO ORIGINA "MAIS QUALIDADE"

António Mendes, vogal da Comissão Vitivinícola Regional do Dão, espera na região uma produção entre os 40 e os 45 milhões de litros, o que corresponde a uma "ligeira quebra", sobretudo devido à falta de água e a uma "ligeira incidência" de algumas pragas, mas nada que preocupe os produtores. 

"Quando se assiste a uma ligeira quebra da produção, acontece um interessante aumento da qualidade no Dão", referiu o mesmo responsável. 

Por isso, o também presidente da Adega Cooperativa de Mangualde assegura que, "se tudo correr dentro da normalidade, com a recente chuva que caiu no Dão, a qualidade poderá até ser superior à do ano passado, que já foi um excelente ano".

@CM

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