Douro
aumenta 13% a produção de vinho
A
produção de vinho em Portugal deverá este ano ter duas caras. A norte, no
Douro, os números deverão ficar acima do ano passado. Já no Alentejo as
expectativas não são tão altas no que respeita à quantidade, mas a qualidade
deverá continuar assegurada.
A
seca e o atraso na maturação das videiras são os principais factores apontados
pelos responsáveis do sector vinícola nacional. Os produtores apontam para um
aumento generalizado da qualidade, mas apenas o Douro espera o reforço da
produção, na ordem dos 13%. Já o Dão espera a mesma quantidade de vinho,
enquanto o Alentejo aguarda uma ligeira redução do número de pipas produzidas
(ver peças secundárias).
No
Norte, segundo dados da Associação de Desenvolvimento da Viticultura Duriense
(ADVID), a expectativa de colheita para esta vindima é de cerca de 295 mil
pipas (mais 35 mil do que em 2011), num intervalo de previsão entre as 269 e as
325 mil pipas de mosto. As previsões da ADVID são efectuadas com base no pólen
recolhido em Maio nas três sub-regiões do Douro.
No
entanto, a produção real poderá registar uma quebra, devido à queda de granizo,
que em Julho afectou cerca de 700 hectares de vinha em Sabrosa, Alijó e São
João da Pesqueira.
A
este facto junta-se a seca. Este ano vitícola no Douro encontra-se entre os
seis mais secos dos últimos 40 anos, com menos 52%, em média, de precipitação
acumulada.
MATURAÇÃO
ATRASADA NO ALENTEJO
A
região alentejana deve sofrer este ano uma diminuição da produção em relação a
2011, mas ainda pouco se pode adiantar, visto que "as maturações das uvas
se encontram bastante atrasadas", segundo a Comissão Vitivinícola da
Região Alentejo (CVRA).
Para a presidente do organismo, Dora Simões, "o
tempo seco e a falta de humidade no solo estão a ter efeitos no desenvolvimento
vegetativo das videiras, causando atraso na maturação das uvas". "A
quantidade de uva nos cachos é menor do que o habitual, devido ao calibre
inferior dos bagos", sublinhou.
Ainda assim, a qualidade das uvas para
esta vindima, até à data, "prevê-se boa", dependendo, no entanto,
"das condições climatéricas durante a fase de maturação".
Segundo a
CVRA, no Baixo Alentejo alguns produtores já começaram as vindimas, mas somente
de algumas castas mais precoces.
QUEBRA
NO DÃO ORIGINA "MAIS QUALIDADE"
António
Mendes, vogal da Comissão Vitivinícola Regional do Dão, espera na região uma
produção entre os 40 e os 45 milhões de litros, o que corresponde a uma
"ligeira quebra", sobretudo devido à falta de água e a uma
"ligeira incidência" de algumas pragas, mas nada que preocupe os
produtores.
"Quando se assiste a uma ligeira quebra da produção, acontece
um interessante aumento da qualidade no Dão", referiu o mesmo responsável.
Por isso, o também presidente da Adega Cooperativa de Mangualde assegura que,
"se tudo correr dentro da normalidade, com a recente chuva que caiu no
Dão, a qualidade poderá até ser superior à do ano passado, que já foi um
excelente ano".
@CM
Comentários