Na sua análise do que está a acontecer...
...não se esqueça da origem da crise. E qual é ela?
Bem, ponhamos a coisa como "eles" gostam
de pôr: consumimos mais do que produzimos. Ora, para consumir mais do que se
produz é preciso pedir dinheiro emprestado. Daí a dívida. Pois, em boa
economia, consumir mais do que produzir, a nível nacional, diz-se: poupar menos
do que investir.
Não há nada a fazer, é isso mesmo. Porquê?
Porque os bancos não emprestam, na esmagadora
parte, para consumir, mas para investir, pois precisam de colateral, isto é, de
bens ou de rendimentos que garantam os empréstimos.
Dê-se as voltas que se derem, um défice na conta
corrente da Nação significa isso e outra coisa não: a taxa de poupança é
inferior à taxa de investimento. É por isso que entra dinheiro no país. Então
"poupámos" de menos? E investimos ou "gastámos" demais?
Sim. E porquê?
Pois, só há uma razão: o euro ou, melhor, a
política monetária da zona euro, que foi definida, não consoante as necessidades
do país, mas consoante as necessidades das economias mais importantes da moeda
única. Como?
Assim: com taxas de juro baixas relativas ao
"equilíbrio" nacional, as pessoas não tiveram incentivos para poupar
o suficiente, para pôr o dinheiro no banco; e com as mesmas taxas de juro
baixas, as pessoas tiveram todos os incentivos para investir.
E o Estado?
Bem o Estado, os governos, pode ter tido culpas que
as pessoas não tiveram, mas essas culpas não chegam para virar esta história ao
contrário. Em suma, o socialismo de alguns governos poderá ter ajudado ao
desastre, mas não o explica, e o povo apenas reagiu, como os mercados mandam, a
taxas de juro demasiadamente baixas (acrescente-se, que há bibliografia que
"prova" a existência dessas taxas de juro baixas).
(…)
Comentários
Pode-se acrescentar que a taxa de juro baixa tambem incentivou o consumo atraves de credito. E convém dizer que o incentivo ao investimento não é mau. No nosso caso foi porque foi mal direcionado. Foram obras publicas e pouco mais.