No passado dia 8 de Novembro,
assinalaram-se 14 anos sobre a realização do segundo referendo em Portugal.
Este foi o referendo da Regionalização. Foram colocadas duas perguntas:
- "Concorda
com a instituição em concreto das regiões administrativas?"
- "Concorda
com a instituição em concreto da região administrativa da sua área de
recenseamento eleitoral?".
A proposta era a instituição de 8 Regiões Administrativas:
Entre Douro e Minho, Trás-os-Montes e Alto Douro, Beira Litoral, Beira
Interior, Estremadura e Ribatejo, Lisboa e Setúbal, Alentejo e Algarve.
A consulta pública obteve 34,97% dos votos favoráveis, 60,87% desfavoráveis, sendo contabilizados 76395 votos nulos (1,84%) e mais de metade dos eleitores portugueses abstiveram-se: 51,88% (dados da CNE). Destas percentagens resultou o mapa que se segue, com os resultados da votação por distrito.
Os vários estudos de opinião e sondagens
que, sobre esta matéria, vêm sendo realizado nos últimos anos transmitem uma
possível mudança de opinião. Caso se realizasse um novo referendo talvez o 'sim'
vencesse, mas as 8 regiões propostas em 1998 talvez não fossem a melhor opção
para a proposta de votação.
Regionalização: sim ou não? Continuam a ser necessárias ideias precisas e um debate esclarecedor...
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Comentários
Minhoto
Volto a dizer que, em tese, sou defensor do modelo de regionalização 5+2 - cinco regiões mais as duas áreas metropolitanas.
Um abraco.
O seu modelo esquece Minho, Tra-os Montes e o Ribatejo. Parece-me que existe identidade cultural e massa humana mais do que suficiente para estas serem regiões. Há ainda a questão da região centro que não tem identidade nenhuma.
E lembro-lhe que o mapa não é acessorio, pois para fazer mal, mais vale estar quieto. Era o que faltava estar a mudar para pior. No meu caso, o mapa define o meu voto.
Concordo que o mapa é, para já, acessório, o fundamental é estabelecer um princípio que sirva de alicerce e orientação à transferência de poderes para as regiões e acabe de vez com a transferências de recursos unidireccional para Lisboa. Essa é a prioridade. Só com esse princípio estabelecido será possível avaliar que sinergias se poderão estebelecer, por exemplo, entre o Porto e Trás-os-Montes, avaliar de que forma uma eventual maior influência política, económica e industrial do Grande Porto (que não tem necessariamente de ser a sede de um governo regional, nada como o modelo espanhol para demonstrar a irrelevância disso) pode beneficiar Trás-os-Montes e de que forma os recursos agrícolas, energéticos e até geológicos desta região poderão ser benéficos ao Grande Porto. Repito, é um exemplo. Em todo o caso, urgente é definir o modelo de governo das regiões.
E para isso é preciso regionalizaçao para o que???
O nome de Tras os Montes tem que renascer, neste momento esta esquecido num norte inventado por Lisboa. E só os politicos de Tras os Montes sabem o que é melhor para a sua região. Não é o Rui Rio nem o Menezes que só querem é dividir para reinar o que não é deles.
O mesmo serve para os outros, é importante ter identidade e centros decisórios na região.