Durante o próximo mês, autarcas da JMP, liderada por Rui Rio, vão pensar numa “ação de comunicação” para a população sobre os vários dossiers em que a região, acusa, tem sido desrespeitada.
O presidente da Junta
Metropolitana do Porto (JMP), Rui Rio, recusa-se a chamar-lhe uma “frente de
protesto”. Mas os autarcas da região vão, nas próximas semanas, procurar uma
forma de explicar à população os resultados da “falta de respeito” do Governo
para com o Porto, em várias matérias, como a da privatização dos aeroportos, as
portagens ou os cortes no orçamento da Casa da Música. “Não será uma
manifestação nos Aliados, como propôs o Dr. Paulo Rangel [numa entrevista
recente ao Porto Canal]. Mas temos de pensar numa ação de comunicação eficaz”,
assumiu Rio.
São vários os dossiers em que os
autarcas do Grande Porto se sentem desrespeitados. Para além da venda da ANA,
dos cortes na Casa da Música ou do estudo que prevê o alargamento das vias
portajadas no Norte – cuja eventual injustiça terá ainda de ser aferida com
comparações custo/quilómetro com outras regiões, assinalou Rio –, há ainda o
caso RTP. A junta ainda não está descansada com o fim da produção de alguns
programas, entre eles o ‘Praça da Alegria’, no Centro de Produção do Porto, que
passa a produzir os conteúdos da RTP2. E quer uma reunião, no Monte da Virgem,
com o presidente da empresa, Alberto da Ponte.
A alegada “falta de respeito”
estende-se a matérias menos conhecidas da população, como a da definição das
novas competências das áreas metropolitanas – em que o Governo tomou decisões
“passando por cima de um debate muito aberto que estava a promover com a JMP”,
voltou a acusar Rui Rio – ou a da reorganização de sectores como o das águas ou
da promoção turística, em que é grande também a insatisfação dos autarcas com o
executivo de Passos Coelho.
Ainda ontem, a junta gastou parte
da sua reunião a ouvir o presidente da Confederação de Turismo de Portugal,
Francisco Calheiros, e o líder da Associação Portuguesa de Hotelaria,
Restauração e Turismo, Rodrigo Pinto Barros, a propósito da reorganização das
entidades responsáveis pela promoção turística. Esta é outra das “reformas”
contestadas, quer pelas associações, quer pelas áreas metropolitanas de Lisboa
e do Porto, por implicar o corte no financiamento estatal à atividade da
Associação de Turismo de Lisboa e da congénere do Porto. “Duas entidades que
funcionam bem, que fazem bem o seu trabalho”, frisou Rui Rio.
Nesta mesma reunião, os autarcas
decidiram também continuar com a batalha movida, ainda durante o Governo de
José Sócrates, contra o chamado efeito ‘spill over’. Este é usado como
justificação para utilização, por parte da administração central, de fundos
europeus destinados às regiões, sob o argumento de que os efeitos se “espalham”
por todo o país. O Tribunal de Justiça da União Europeia considerou que o
efeito existe, mas aconselhou a JMP a tentar provar, nos tribunais portugueses,
se o conceito foi injustamente usado como fundamentação para projetos
específicos. Perante isto, os autarcas vão, com os advogados, escolher seis casos,
de “entre 200 a 300” que considerem “exemplares” dessa injustiça, para
prosseguir com esta ação contra o Estado.
@Público
Comentários
Então o Rui Rio acha bem a Associação de turismo de porto receber dinheiro dos contribuites??
Já não chegam as entidades de turismo (que fazem um trabalho pessimo)????
A casa da musica queria em plena crise continuar a receber €€€€ dos contribuintes???
O melhor é centrarem-se nas portages que são pagas em zonas com o PIBpc ao mesmo nivel de outras zonas que não têm portagens. Se vão constestar tudo perdem logo a razão.
Já, relativamente, às Entidades Turísticas entendo que estas, no futuro, deveriam ser integradas nas Regiões Administrativas como parte integrante das suas atribuições e competências.