Rui Rio manda mais um recado para Dr.Menezes

O presidente da Câmara do Porto, Rui Rio, criticou hoje os políticos que choram "hipócritas lágrimas de crocodilo" pelo desemprego, quando "não pagam a tempo e horas", defendem "projetos financeiramente incomportáveis" e alimentam "ilusões".

"Não me agrada nada ver alguns políticos chorar hipócritas lágrimas de crocodilo pela elevada taxa de desemprego do país, quando eles próprios não pagam a quem devem a tempo e horas, contribuindo para salários em atraso e para a falência de alguns dos seus fornecedores", frisou o autarca.

Rio, que falava na cerimónia do 11.º aniversário da sua primeira tomada de posse, em 2002, antecipou a possibilidade de baixar o IMI em 2013 para dar folga às famílias em detrimento "de mais obras municipais" e revelou a elaboração de um novo Plano Municipal de Cultura.

Para Rui Rio, "é inadmissível, particularmente na difícil situação económica em que muitas empresas vivem, uma Câmara não pagar a tempo e horas porque egoisticamente privilegiou objetivos político-eleitorais, gastando mais do que honestamente podia".

Tal situação agrava-se quando, "perante a dramática situação económica do país, há quem continue a irresponsavelmente defender projetos financeiramente incomportáveis, procurando alimentar perigosas ilusões".

"É principalmente por isto que depois a política perde credibilidade e os cidadãos, cada vez mais saturados, se revoltam contra tudo e contra todos, tornando a recuperação do país ainda mais complexa", avisou.

No atual quadro político e social, "impõe-se uma preocupação acrescida com a verdade, a competência, a seriedade na ação e na palavra, e, acima de tudo, com a coerência".

Sem ela "não é possível conquistar a confiança das pessoas, porque ela é o pilar fundamental do contrato que deve unir governantes e governados" e que deve assentar na boa gestão dos dinheiros públicos.

"Gastar mais do que se recebe, sem ter a certeza de que o retorno obtido é superior ao pagamento da dívida contraída é atraiçoar egoisticamente as gerações seguintes", alertou.

Por isso, "tudo o que no Porto tem vindo a ser feito obedece ao rigor financeiro que a ética deve impor".

Rui Rio aproveitou para anunciar a intenção de, em 2013, "descer um pouco mais" a taxa de IMI - atualmente fixada em 20% abaixo da taxa máxima que a lei permite - para "privilegiar o alívio fiscal das famílias em detrimento de mais obras municipais".
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