Será que a incapacidade que país
bem demonstrando para sair do buraco onde caiu e um certo atraso cultural que vem
demonstrando, não estará fortemente relacionado com o Centralismo radical
vigente?
"As políticas sectoriais
definidas pela Administração Central procuram, por imperativos de razão
prática, responder a problemas-tipo ou situações médias. Uma das
características da repartição espacial da população, das atividades económicas
e dos fenómenos socioculturais em geral é a existência de desigualdades de um
lugar a outro. Em certas Regiões haverá uma população mais idosa que noutras;
as atividades de tipo turístico concentram-se em determinadas Regiões, enquanto
que outras baseiam a sua prosperidade nas indústrias transformadoras.
Ora, a existência de Regiões
Administrativas permitiria adequar as características dos serviços públicos às
especificidades das comunidades locais.
O Estado para suprir a lacuna
evidente que constitui a não existência de autarquias locais de 2º nível
(Regiões Administrativas), tem recorrido a processos de desconcentração
(Comissões de Coordenação, Direções Regionais, etc.) e ao reforço sistemático e
abusivo da criação de Institutos Públicos (Administração Indireta do Estado),
que em muito tem feito subir a despesa pública corrente e consequentemente
agravado o famigerado "deficit".
Quer num caso quer noutro, estamos
perante políticas altamente centralistas, claramente castradoras das massas
críticas regionais e com sinais claros de falta de democraticidade.
Por este caminho, não vamos resolver nada
e vai ser tudo engolido pela força centrifuga exercida por Lisboa, com claro
prejuízo para o desenvolvimento do País e mesmo para a qualidade de vida da
Capital. Até mesmo Regiões mais ou menos pujantes social, cultural e
economicamente (Porto) não estão a escapar a esta fatalidade.
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