A matriz concelhia, ainda que transformada à medida
das políticas de época, é a que melhor caracteriza a diferenciação da
organização administrativa de Portugal, sendo também a mais estável e a que
melhor espelha a identificação das populações com o território em que vivem. É
também a que mais pulveriza a ação de governar num total de 308 concelhos, dos
quais 30 correspondentes às Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores.
Muitas têm sido as propostas de reorganização
territorial no sentido de criar níveis regionais de administração, no sentido
de se ultrapassar a ‘excessiva’ dispersão local do poder e da capacidade de
decisão, reconhecendo-se que, em muitos casos, o défice de massa crítica local
em recursos e pessoas, condena à ineficácia muitas políticas e medidas de
desenvolvimento, tendo em conta a necessidade de afirmação e representação no
espaço da Europa Comunitária em que, maioritariamente, as escalas de decisão
são diferentes.
As Províncias, de certo modo inspiradas nas regiões
genéticas de Portugal e nas Comarcas Reais, foram o veículo privilegiado do
Estado Novo para caracterizar o Portugal rural e tradicional da primeira metade
do século xx.
Por seu lado, os Distritos foram definidos como
unidades de controlo administrativo e político, bem como de organização da
segurança do Estado, limitando as veleidades de poder das autarquias locais.
Neste percurso de estruturação da organização
administrativa do território foi-se perdendo o sentido das regiões com limites
estabelecidos, ainda que, na tradição oral, todos mantenham as referências à
região de origem, principalmente no interior do país. São exceção neste modo
regional as Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores, as únicas regiões
autónomas portuguesas.
Com a adesão à Comunidade Europeia, em 1986, e no
sentido de organizar o território de Portugal para fins de desenvolvimento dada
a não definição de regiões, são definidas Unidades Territoriais Administrativas
para fins Estatísticos, as nut, equiparadas a unidades territoriais com
objetivos idênticos nos outros países da Comunidade Europeia: o País é a nut I,
dividido em 7 nut II, das quais 2 são as Regiões Autónomas da Madeira e dos
Açores, e 5 são, no Continente, equivalentes a ‘Regiões’, por sua vez divididas em 29 nut III
equivalentes a ‘Sub-Regiões’.
As nut visam “regionalizar a administração”, por via
da necessidade de organização da informação e sobretudo da ação setorial da
Administração Central, no sentido de garantir resposta às exigências da
Comunidade em matéria de acesso e redistribuição dos Fundos de Desenvolvimento
Regional.
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Comentários
A não ser que considere Madeira e Açores outro país.
Melhrs cumprts.
....
O país assim considerado engloba o seguinte:
- Continente
- Região Autónoma da Madeira
- Região Autónoma dos Açores.
A denominada NUT II, engloba:
Portugal Continental
- Norte
- Centro
- Lisboa
- Alentejo
- Algarve
Região Autónoma dos Açores
Região Autónoma da Madeira
Está errado.
Portugal tem 3 NUTS1. Continente, Madeira e Açores.
Veja aqui:
http://ec.europa.eu/eurostat/ramon/nomenclatures/index.cfm?TargetUrl=LST_CLS_DLD&StrNom=NUTS_33&StrLanguageCode=EN
Acontece que Madeira e Açores são NUT1 e 2 ao mesmo tempo.
Por isso o país não é nenhuma NUT1, o continente sim, é uma NUT1.
Dizer que o país é NUT I trata-se de uma simplificação com o objetivo de não confundir o estatuto estatístico das Regiões Autónomas que são, simultâneamente, NUT I e NUT II.
Cumprimentos