A empresa britânica Macfarlan Smith vai cultivar papoila para
produção de morfina em 4.000 hectares de terra alentejana, nos próximos três
anos, e planeia construir uma fábrica naquela zona, o que dependerá do sucesso
da colheita, segundo fonte oficial.
Fonte da Agência para o Investimento e Comércio Externo de
Portugal (AICEP) revelou à Lusa que esta produção de papoila resulta de um
memorando de entendimento assinado entre este organismo e a Macfarlan Smith.
Neste acordo estão definidas "as responsabilidades de todos
os intervenientes num projecto de cultivo de papoila para a produção de morfina
no Alentejo".
O projecto resulta dos "resultados positivos das experiências
desenvolvidas naquela região pela empresa nos últimos três anos", os quais
foram supervisionadas pelo Ministério da Agricultura, Mar e Ordenamento do
Território.
A plantação de papoila para produção de morfina já foi licenciado
pelo Infarmed, organismo do Ministério da Saúde a quem compete regular esta
matéria.
O AICEP garante que "o processo continuará a obedecer à mais
completa colaboração com as autoridades nacionais no sentido de garantir o
cumprimento de todas as normas de segurança e demais regulamentação associada a
esta actividade".
Este cultivo em Portugal visa "complementar operações
existentes no Reino Unido, de forma a assegurar a necessária capacidade de
fornecimento de matéria-prima à unidade industrial de Edimburgo".
Em três anos, a empresa estima cultivar 4.000 hectares e,
dependendo do sucesso da colheita de 2013, admite o investimento numa unidade
de transformação no Alentejo que criará "emprego e mais-valia económica na
região", adianta o AICEP.
Hoje foi publicada em Diário da República a autorização da
Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde (Infarmed) para a
Macfarlan Smith Limited cultivar e exportar a papoila de ópio.
De acordo com o aviso do Infarmed, publicado na 2ª série do Diário
da República, esta autorização é válida por um ano, sendo "renovada por
igual período" se este organismo do Ministério da Saúde "nada disser
até 90 dias antes do termo do prazo".
@ Lusa
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