A UTAD e o IPB conseguem manter na região os alunos transmontanos,
mas continua a ser muito difícil fixar em Vila Real e Bragança, após o curso,
gente de outras paragens e, assim, inverter a tendência de desertificação do
interior.
A Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e o Instituto
Politécnico de Bragança (IPB) apresentam taxas de empregabilidade elevadas -
87% e 86%, respetivamente -, mas é preciso criar condições para que os alunos
"importados" fiquem em Trás-os-Montes e potenciem o desenvolvimento
regional.
"Conseguimos importar alunos de outras regiões, mas depois a
cidade não os fixa", lamenta Fontainhas Fernandes, docente da UTAD. Dos
estudantes que ficaram a trabalhar em Vila Real após o curso, apenas 8% são de
fora, todos os outros são do distrito. "É preciso uma aposta mais forte de
quem nos governa para fixar os jovens", acrescenta o docente.
"O tecido empresarial de Trás-os-Montes não é fortemente
desenvolvido", diz Luís Pais, vice-presidente do IPB. Ainda assim, a
instituição consegue "agarrar" alguns forasteiros. O último inquérito
sobre empregabilidade (dados de 2011) aos licenciados da instituição revela que
39% trabalham em Bragança (quando apenas 30% são oriundos do distrito) e que
53% têm emprego em Trás-os-Montes (quando só 53% são daquela zona).
"O que mais me satisfaz "é a capacidade de retenção dos
diplomados na região", diz Luís Pais, salvaguardando: "Os resultados
são lisonjeiros. O objetivo do IPB é o desenvolvimento regional, mas também não
podemos ficar confinados a essa área".
UTAD e IPB têm gabinetes que ajudam os alunos a avançarem com as
próprias empresas e fomentam, de forma intensiva, o empreenderorismo entre os
estudantes.
"A formação técnica ao nível superior é fundamental para
ultrapassar a crise. A qualificação é essencial para o emprego", observa o
vice-presidente do IPB.
@ JN
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