O reitor da Universidade do Minho
(UMinho), António Cunha, criticou hoje as "microrregiões" propostas
pelo Governo para a reorganização da rede do ensino superior, considerando
tratar-se de "uma nova regionalização desfasada das dinâmicas
existentes".
"A proposta cria uma nova
regionalização, um novo conceito de regiões, desfasado das dinâmicas que hoje
existem. Estarmos agora falar em microrregiões para o ensino superior parece-me
algo de inconcebível", afirmou António Cunha.
O Governo propôs que os cursos
superiores que, no início do próximo ano letivo, registarem uma média de
inscrições no 1.º ano inferior a 10, no conjunto dos anos letivos de 2011-2012
e 2012-2013, não possam abrir vagas.
No entanto, aquela proibição pode
ser contornada com a criação de consórcios entre as instituições de ensino
superior, de forma a evitar a duplicação de oferta formativa.
A proposta do Governo divide o
país em nove regiões, cada uma delas incluindo três instituições de ensino
superior.
A única exceção é a região de
Lisboa, onde estão incluídas nove universidades, politécnicos e escolas
superiores.
A proposta governamental define
ainda que cabe aos reitores e presidentes de politécnicos de cada uma das
regiões o estabelecimento de acordos para decidirem onde vão funcionar os
cursos com menos de dez alunos.
"A ideia da reorganização da
rede para evitar a duplicação da oferta parece-me genericamente positiva, mas
já não posso concordar com as microrregiões propostas", referiu o reitor
da UMinho.
Para António Cunha, já há uma
"regionalização natural" do país, com as NUT2, equivalentes às
comissões de coordenação de desenvolvimento regional, e deveria ser essa a base
da reorganização da rede do ensino superior.
As áreas de coordenação regional
propostas pelo Governo são Minho, Trás-os-Montes, Porto, Beira Interior,
Aveiro-Viseu, Coimbra, Centro Oeste (politécnicos de Leiria, Santarém e Tomar),
Lisboa e Setúbal e Alentejo.
"Não faz sentido. A UMinho,
por exemplo, só pode articular-se com os Politécnicos de Viana do Castelo e do
Cávado e Ave, não o podendo fazer com qualquer universidade. Não se
percebe", acrescentou António Cunha.
O reitor da UMinho também criticou a "pressa" da
reforma, considerando que ela deveria ter sido previamente "muito bem
discutida" com universidades e politécnicos.
@Lusa
Comentários
Nem quero imaginar se o mapa das NUT II fosse aplicado neste caso! Lá iriam a UP e a UMinho, numa luta fratricida, tentar engolir a UTAD e o IPB!
Não, obrigado! E aqui está mais uma prova de que o mapa das NUT II não funciona nem nunca funcionará.
Mas é sempre mais fácil começar por zurzir no Interior...
Viva o Minho.