PRESIDÊNCIA DO CONSELHO DE
MINISTROS
Decreto n.º 13/2013 de 24 de junho
Projetada por Edgar Cardoso e
erguida entre 1956 e 1963, a Ponte da Arrábida apresenta -se como uma
obra-prima da engenharia de pontes, sendo assim reconhecida a nível
internacional.
Foi a segunda ponte de circulação
rodoviária destinada a ligar o Porto a Vila Nova de Gaia, respondendo assim ao
aumento de tráfego na cidade ao longo da primeira metade do século XX.
Constitui igualmente a primeira
grande ponte sobre o rio Douro integralmente concebida, projetada e construída
por técnicos e empresas portuguesas, atestando a capacidade dos projetistas e
construtores nacionais, constituindo ainda hoje um dos mais significativos
monumentos da engenharia portuguesa do século XX.
O projeto selecionado apresentava
uma ponte em betão com duas faixas de rodagem e passeios laterais para peões e
ciclistas, acessíveis através de ascensores instalados nas pilastras laterais,
com tabuleiro superior assente sobre o que era, à época, o arco de maior vão do
mundo em betão armado, com uma largura de 270 metros.
A sua construção exigiu a
superação de problemas técnicos de grande dificuldade, resolvidos através de
uma solução inovadora de extraordinário rigor e engenho, que serviu de padrão
para outras obras e colocou a engenharia nacional num patamar de destaque em
todo o mundo.
Ao valor histórico e
técnico-construtivo da Ponte da Arrábida soma-se o seu valor estético, com a
harmonia do desenho a constituir uma presença marcante e valorizadora da
paisagem do estuário do Douro, dominado por um conjunto de pontes de diversas
épocas.
Merece ainda destaque a função
simbólica e identitária da ponte no contexto do Porto modernista, bem como a
figura do autor principal, o engenheiro Edgar Cardoso, personalidade de relevo
da engenharia mundial e notável projetista de pontes, com obras espalhadas por
quatro continentes e reveladoras de grande ousadia, sensibilidade e beleza
formal, sendo que a Ponte da Arrábida representa para muitos a sua realização
mais emblemática.
Adicionalmente, a classificação da
Ponte da Arrábida como monumento nacional ganha maior relevo pelo facto de
ocorrer no ano de 2013, em que se comemora o centenário do nascimento do
engenheiro Edgar Cardoso e o cinquentenário da inauguração da própria ponte.
A classificação da Ponte da Arrábida
reflete os critérios constantes do artigo 17.º da Lei n.º 107/2001, de 8 de
setembro, relativos ao caráter matricial do bem, ao génio do respetivo criador,
ao seu valor estético, técnico e material intrínseco, à sua conceção
arquitetónica, urbanística e paisagística e à sua extensão e ao que nele se
reflete do ponto de vista da memória coletiva.
A zona especial de proteção do
monumento agora classificado será fixada por portaria, nos termos do disposto
no artigo 43.º da Lei n.º 107/2001, de 8 de setembro.
(…)
Comentários