Autarca de Gaia e vice da ANMP critica
"barrigas de aluguer" usadas para centralizar verbas
Se a justificação apresentada
para o aumento de verbas destinadas a Lisboa é o efeito de disseminação dos
investimentos no país, então impõe-se avaliar, também, o impacto que os
investimentos feitos no Norte tem nas outras regiões, desde logo na capital.
O
repto é lançado por Eduardo Vítor Rodrigues, autarca de Gaia, vice-presidente
da Associação Nacional de Municípios Portugueses e membro, com Porto e
Matosinhos, da Frente Atlântica.
Notando que se "confirmaram
as piores expectativas" lamentou o reforço da centralidade de Lisboa na aplicação
dos fundos”. E defendeu que o acordo de parceria “exige que os autarcas se
organizem em defesa da região” e "dispam a farda partidária".
Por sua vez " o Governo está
a tempo de fazer as correções necessárias, ou que Bruxelas as faça".
A luta deve passar, a seu ver, por
exigir um estudo do chamado "spillover effect" dos investimentos”. “Há
várias formas de provar que, de cada vez que há investimento a Norte,
reforça-se o país", garante dando o exemplo do aeroporto, do Porto de Leixões
e do reforço do transporte de mercadorias.
Este estudo iria a tempo de beneficiar
a região, assegura, alegando que a aplicação do acordo "resultará, muito,
dos regulamentos" que podem alterar a distribuição de verbas.
Por outro lado, alerta que mais
verbas podem ficar em Lisboa, dada a estratégia de afetar recursos às regiões que
acabarão por ser centralizados por instituições locais que não passam de
barrigas de aluguer".
Defende que o quadro preveja instrumentos
de “capacitação institucional a partir da CCDR” que dê “mais músculo à
região".
@ JN
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