Clima favorável ajudou a produzir 627 mil toneladas de azeitona para azeite, a maior desde a década de 1960.Exportações de azeite aumentaram em 2013, o maior valor desde, pelo menos, 2009.
A produção de azeitona para azeite terá atingido, em 2013, as 627 mil toneladas, o que constitui a maior safra desde a década de 1960.
De acordo com os dados provisórios do INE, divulgados nesta quarta-feira, estes resultados foram o resultado quer das boas condições climatéricas, quer dos investimentos privados feitos nos últimos anos. O instituto refere que a produção quase quadruplicou desde 2000 com a entrada em plena produção dos olivais intensivos, onde há entre 200 a 300 árvores por hectare e modernos sistemas de rega. Nestas plantações, a apanha da azeitona é totalmente mecanizada.
Em 2008, a produção de azeitona para azeite era de 336 mil toneladas, mas foi crescendo consecutivamente até 2011, ano em que chegou às 511 mil toneladas. Em 2012, a produção caiu para 418 mil toneladas mas, em 2013, a recuperação foi significativa, chegando a valores recorde.
Este é também um dos produtos mais exportados do sector agro-alimentar, só ultrapassado pelo vinho. No ano passado, as exportações de azeite atingiram os 343,5 milhões de euros, uma subida de 30,2% em comparação com 2012 e o maior valor desde 2009. Há quatro anos, as exportações de azeite somavam pouco mais de 134 milhões de euros.
Para Mariana Matos, secretária-geral da Casa do Azeite (que representa de mais de 90% do mercado de azeite embalado em Portgal), o aumento de produção não foi surpresa. "O ano agrícola correu bastante bem", diz, lembrando que 2012 foi um "mau ano para a produção de azeite". Portugal já produz o suficiente para se auto-abastecer, mas ainda depende das importações para dar resposta à procura externa. O maior cliente estrangeiro de Portugal é o Brasil que recebe, sobretudo, produto embalado, tal como Angola. Para Espanha, o maior produtor e exportador mundial, o azeite segue, na maioria, a granel e é embalado localmente. O mesmo sucede em Itália.
Agro-alimentar vende mais 6,6% para o estrangeiro
O bom desempenho do sector do azeite foi acompanhado por toda a actividade agro-alimentar que, em 2013, continuou a ver crescer as exportações. As vendas de bens nacionais para o estrangeiro estão a subir desde, pelo menos, 2009, de 3,6 mil milhões de euros para mais de 5,1 mil milhões de euros em 2013, ou seja, mais 9,2%. Comparando com 2012, em 2013 as exportações aumentaram 6,6%, revelam os dados do INE, compilados pela Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal, e a que o PÚBLICO teve acesso.
Apesar desta subida, certo é que no total do comércio internacional de Portugal, os bens agrícolas e alimentares pesam apenas 10,82%, valor que em 2009 era superior (11,38%). Ao mesmo tempo, o país continua a importar mais do que a exportar. As compras ao estrangeiro cifraram-se em mais de 8,9 mil milhões de euros, um crescimento de 4,6% face a 2012. O saldo da balança comercial continua, assim, negativo.
Espanha é o maior comprador de Portugal, seguida de perto de Angola. Mas os maiores aumentos de procura, verificaram-se na Rússia, que comprou mais 128,7% em 2013, apesar de, em termos absolutos, as vendas somarem apenas os 48 milhões de euros (é o 15º maior cliente). Também se vendeu mais para a Suíça (+13,8%) e Itália (+10,4%). Pelo contrário, a Alemanha, maior economia da zona euro, comprou menos 13,4% a Portugal (num total de 123,5 milhões de euros).
Os vinhos foram o produto mais exportado por Portugal em 2013 (+2,6% para 724,7 milhões), quase o dobro do azeite. Seguem-se as preparações e conservas de peixe, que venderam 206 milhões para o estrangeiro (+15,4%) num ano em que o peixe ajudou. O sector tem vindo a sentir os efeitos da falta de sardinha, mas conseguiu atingir o maior valor de sempre desde 2009.
O sector cervejeiro, já a sentir fortes quebras no mercado interno, vendeu menos 14,6% para o estrangeiro, sendo ultrapassado pelas conservas pela primeira vez desde os últimos quatro anos. As exportações ultrapassaram os 199 milhões de euros, abaixo dos valores registados em 2011.
@Público
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