O tema da
regionalização está, definitivamente, fora do debate político.
Nos últimos quatro anos, devido à situação económica do país, os defensores da regionalização perceberam que as preocupações dos portugueses eram outras e, por isso, estiveram, quase em silêncio, sobre o assunto.
Desde o referendo sobre a regionalização e até agora as “coisas” agravaram-se. As deficiências do modelo centralista tornaram-se ainda mais evidentes. Aquilo que se achava que era possível [fazer] sem regionalização, manifestamente, não só não se fez, como até se retrocedeu.
O grande instrumento do Estado
devia ser a política de descentralização que permitiria mais proximidade, que é
garantia de transparência e de maior eficiência. A regionalização é algo que
temos à mão que nos podia ajudar muito nesta nova etapa do regime.
Muitos têm a esperança que o país
possa sair deste marasmo e que se venha a impor uma realidade nova que possa voltar
a colocar este tema da regionalização na agenda política
Pessoalmente, espero que nos
próximos quatro anos, com as finanças públicas fora do centro das preocupações
e do debate político, possamos
tranquilamente encetar uma discussão séria sobre a criação das regiões
administrativas
As regiões administrativas são
fundamentais porque tem havido instrumentos financeiros muito significativos
para o desenvolvimento regional, mas falta, claramente, uma política e interlocutores políticos ao nível regional.
Todavia, é preciso entender-se que com a Regionalização ninguém vai
criar mais serviços, quanto muito altera-se apenas a tutela dos serviços. O ponto de partida para qualquer reflexão
sobre regionalização tem que partir do pressuposto que vamos fazer melhor com
menos dinheiro.
@ AAF
Comentários
o bloco e o livre tiveram debates sobre isso