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- É espantosa a falta de pudor com que as direcções do PSD e CDS/PP e alguns comentadores políticos abordam a questão da regionalização, apresentando-a como passível de originar males terríveis - divisão do País, mais burocracia, despesismo - subvertendo assim, um princípio há 30 anos consagrado na Constituição.
- É falso que Portugal seja demasiado pequeno para comportar uma divisão administrativa em regiões. Na Dinamarca, Finlândia, Bélgica, Holanda, Áustria, países com dimensão semelhante à nossa, existem orgãos regionais eleitos. Em França há regiões com 270 000 e 700 000 habitantes. A área média das regiões é de 3 070 Km2 na Dinamarca, de 3 290 na Holanda, de 10 170 na Bélgica e 15 060 em Itália, áreas próximas ou menores do que regiões como o Alentejo, Beira Interior ou Estremadura, Oeste e Ribatejo.
- Temos a consciência de que a regionalização não é a panaceia milagrosa para todos os males de Portugal e dos portugueses. Mas que constituirá uma importante reforma democrática do Estado e um contributo para a descentralização e o desenvolvimento do País e, também por isso, um positivo factor de coesão nacional.
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Comentários
Esses estudos penso que não estão feitos. Todavia mesmo que existissem, teriam que ser reformulados, pois tudo depende do que estiver associado à regionalização. Falo por exemplo da diminuição do n.º de deputados na AR, falo da extinção de muitos dos actuais organismos e instituições associadas à administração desconcentrada e indirecta do Estado. Eu sou daqueles que defende uma Regionalização para diminuir a máquina burocratica/política e nunca por nunca, para a somar.
Quanto às máquinas administrativas açoreana e madeirense, penso que os tempos são outros e já muita pouca gente tolera este tipo de "gorduras" administrativas.