Até quando ... ?

Lisboa ficou com 70% das verbas de apoio ao turismo

Distrito da capital recebeu 49 milhões de euros em 2008, o resto da país teve apenas 21 milhões.

Dos 70 milhões de euros que o Turismo de Portugal concedeu em incentivos próprios no ano passado, Lisboa ficou com 49 milhões (70%). Aquele distrito é ainda o que tem a maior comparticipação do instituto em função dos investimentos elegíveis.

A diferença salta à vista e a disparidade na distribuição dos recursos próprios do Turismo de Portugal é evidente. É que só o distrito de Lisboa consumiu mais de dois terços do total dos incentivos atribuídos por aquele instituto público no ano de 2008. Recorde-se que apenas se está a falar das verbas próprias do Turismo de Portugal e não de apoios concedidos no âmbito do PRIME ou do QREN.

No total, entre protocolos bancários, comissões de obras e ajudas ao investimento no turismo foram parar a Lisboa 49,4 milhões de euros, um pouco mais de 70% de todos os incentivos atribuídos pelo Turismo de Portugal no ano passado. Como comparação, refira-se que o segundo distrito mais apoiado pelo instituto foi o de Leiria, com 4,7 milhões de euros. Refira-se, ainda, que comparando Lisboa com o Porto verifica-se que o distrito lisboeta recebeu trinta vezes mais que o distrito portuense.

Analisando mais ao pormenor a lista das candidaturas aprovadas pelo Turismo de Portugal, constata-se, ainda, que, do distrito de Lisboa, o concelho alfacinha é o que mais verbas consegue arrecadar, com 43 milhões de euros em incentivos. A maior parte do montante que o Turismo de Portugal concedeu a Lisboa foi gasta em arranjos urbanísticos ou recuperação de edifícios. Através de comissões de obras foram atribuídos 29 milhões de euros e em programas de acção local foram gastos outros 12 milhões.

Os restantes incentivos foram atribuídos no âmbito de protocolos bancários (2,2 milhões), ao abrigo da Portaria 384/02 ( 1 milhões) ou através das Linhas I e II do Programa de Intervenção do Turismo. Por exemplo, para a mobilidade pedonal em zonas históricas da cidade foram gastos 11,5 milhões de euros.

A requalificação e valorização da oferta cultural de Lisboa ficou por 10,5 milhões de euros e a requalificação e dinamização da rede de miradouros e jardins daquela cidade ficou por 2,3 milhões.

A recuperação do Parque Mayer ficou por 10 milhões, comparticipados na totalidade pelo Turismo de Portugal através de um Plano de Acção Local, que também dispendeu 1,7 milhões para a recuperação do pavilhão Carlos Lopes e 300 mil euros no projecto Verão 2008 nos coretos e jardins de Lisboa. Como comparação refira-se que o festival de cinema da invicta, o Fantasporto, apenas teve direito a um apoio de 50 mil euros.

Ainda no Porto, a Red Bull Air Race, que tem estado nas manchetes por causa da polémica mudança do Douro para o Tejo, implicou 14 milhões de euros de investimento elegível para incentivos em 2007 e 17,6 milhões em 2008. O Turismo de Portugal comparticipou apenas com 300 mil euros na primeira edição e 500 mil na segunda.

Por último, analisando as proporções das comparticipações em função das verbas de investimentos com candidaturas aprovadas, constata-se, ainda, que o distrito de Lisboa é o único em que a comparticipação do Turismo de Portugal excede os 50% do investimento elegível para os incentivos. Enquanto que, por exemplo, o instituto apenas comparticipa 5% dos investimentos no Porto ou 4,5% em Faro, no caso de Lisboa, 54% das verbas necessárias para os investimentos turísticos são asseguradas pelo organismo público.

|JN|

Comentários

JOSÉ MODESTO disse…
A indiferença é o sono da alma Regionalização JÁ.

Saudações Marítimas
José Modesto
Rui Farinas disse…
Pois,até quando? Já nem apetece comentsr,aliás comentar serve para alguma coisa?
Rui Valente disse…
Este comentário foi removido pelo autor.
Rui Valente disse…
A isto chama-se, sem eufemismos, ROUBO!

Só gostava de saber [eu até sei, mas apetece-me fazer de conta)se podemos chamar a Polícia, ou se ela só serve para prender os pilha galinhas.

Um país cujos maiores criminosos são os representantes do Estado, não é um país, é um bordel.

Seg Dez 21, 01:44:00 PM
Anónimo disse…
Caro José Modesto,
Diria antes que a indiferença é o "coma induzido da alma" porque há sempre um responsável por ela.
De qualquer modo recuso-me a comentar verbas porque denunciam uma ausência total de políticas para o desenvolvimentoe constitui um espectáculo obsceno e inútil, muito capaz de nos distanciar dos problemas e objectivos essenciais a atingir.

Sem mais nem menos.

Anónimo pró-7RA. (sempre com ponto final
luís redondo disse…
Isto é mais uma ilustração do centralisnmo português que é das coisas mais provincianas que ainda temos. E é tão escandaloso que me espanta que ainda nada se tenha feito para contrariar... Outro exemplo desse provincianismo éo facto de a região Norte ser a que produz a maior parte do que exportamos e é a região mais pobre do país...