O centralismo do Estado e a
"defesa intransigente" do poder dos municípios são alguns dos
"inimigos" da regionalização apontados por especialistas que alertam
para a importância de garantir a coesão nacional.
"Nós não temos tirado as
devidas vantagens dos mecanismos à nossa disposição para tornar o Estado mais
eficiente e mais moderno", diz o economista José Reis, da Universidade de
Coimbra, que defende que a regionalização é "essencial para a reforma do
Estado".
"Hoje em dia, o Estado não
tem uma racionalidade territorial. Não temos na administração pública
valorizado as instâncias que levem a que, do ponto de vista territorial, as
decisões sejam mais eficazes", afirmou.
"Cada ministro pensa o
território à sua maneira......as sociedade modernas precisam de ter o Estado
bem organizado para responder aos problemas concretos. Um Estado organizado com
lógica territorial é um Estado menos burocrático, menos centralista e menos
ineficiente", salientou o investigador.
Para o docente da Faculdade de
Economia da Universidade de Coimbra e autor da publicação "Por uma cultura
do território: Notas sobre o processo de regionalização (1995-1998)", os
dois maiores inimigos deste modelo são "o centralismo do Estado e a defesa
intransigente do poder dos municípios".
Outra das questões essenciais a
ter em conta na regionalização, segundo o economista João Confraria, da
Universidade Católica, é a importância de manter a coesão territorial.
"Tem de haver uma definição
clara a nível de mecanismos de transferência entre regiões. E depois tem de
haver um quadro que não desvalorize os princípios de coesão nacional",
defendeu João Confraria.
"Há mecanismos de
solidariedade entre regiões e é importante garantir que a coesão nacional não é
posta em causa e que continua a haver mecanismos que procuram reforçar a
ligação das regiões portuguesas entre si e a competitividade face às regiões
espanholas adjacentes e também no contexto europeu", acrescentou o
especialista.
Já para José Reis a questão da
coesão territorial não se coloca: "Não creio de haja risco de perda de
coesão nacional. Portugal é uma sociedade em que as questões da coesão nacional
e territorial estão asseguradas. Sou dos que acha a regionalização só pode
reforçar coesão territorial".
Quanto à responsabilização
financeira de cada uma das regiões, João Confraria defende a necessidade de
"uma relação entre o dinheiro que podem gastar e o que podem
tributar". "Isto para não se criar a ideia de que a região se
constitui para viver à sombra do Orçamento de Estado. É preciso evitar o que
acontece actualmente com os municípios e as regiões autónomas, que têm o poder
de gastar, mas boa parte da despesa é paga pelo Estado Central".
Outro dos pontos essenciais -
disse - é o custo administrativo: "se [o regresso ao tema da
regionalização] resulta de uma preocupação face às ineficiências do Estado é
importante zelar para que as estruturas que venham a ser criadas sejam mais
eficientes do que as que vão substituir ao nível central". "Para
transferir poderes para regiões, seja em que matéria for, é preciso garantir
que as regiões têm condições de o fazer melhor e mais barato. Ou melhor com os
recursos actuais ou melhor e mais barato", alertou.
Já quanto aos custos da
regionalização - um dos argumentos esgrimidos quando do referendo de 1998 pelos
que estavam contra a regionalização - José Reis é peremptório: Se tudo for bem
pensado, "a regionalização até nos pode fazer poupar".
O especialista defende igualmente que as
regiões têm de ser responsabilizadas financeiramente, mas não vê necessidade de
terem poderes legislativos.
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Comentários
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